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25 de outubro de 2011

Indisciplina na Escola


Um problema comum em todas as escolas públicas do Brasil, cada vez mais estressante e desestimulante à carreira do magistério. Abaixo, leia o artigo do professor Joe Garcia - Mundo Jovem.
Professores(as) e a indisciplina

     Há algumas décadas as questões de indisciplina vêm transbordando da escola e ganhando ampla visibilidade social. Tornou-se um importante tema de pesquisa acadêmica, uma preocupação entre os pais, um assunto frequente na mídia. Embora seja um problema tão antigo quanto a escola, a indisciplina vem apresentando novas configurações e significados. Suas expressões, tradicionalmente interpretadas como simples transgressão, hoje embutem mensagens importantes sobre a inconsistência do currículo e sobre a interação entre diferenças culturais nas escolas.

     Hoje há mais clareza sobre as razões e a dinâmica da indisciplina na escola. Além disso, os avanços na compreensão dessa questão também produziram novas visões sobre a formação de professores. O encontro dos professores com a indisciplina tornou-se uma espécie de capítulo inevitável da experiência docente, a figurar inclusive na lista das principais causas de frustração e abandono da profissão. Tradicionalmente, os professores arcam com toda a responsabilidade por estabelecer disciplina em sala de aula. Infelizmente, esse modelo, embora ultrapassado, mantém-se muito vivo em muitas escolas.

     No Brasil, a carreira docente, que sofre há décadas com a pouca valorização, tornou-se ainda menos atraente em função da indisciplina; sem mencionar os problemas de violência que também atravessam a escola. Esse cenário comunica uma mensagem clara sobre a necessidade de cuidarmos melhor dos nossos professores, da sua formação, carreira e qualidade de vida no trabalho. É preciso avançar nas práticas de formação. Precisamos de professores que tanto apresentem domínio de conteúdos específicos e métodos de ensino, quanto de certas competências relacionais requeridas em sala de aula.

     Talvez o aspecto mais importante a destacar resida na percepção de que o desenvolvimento profissional dos professores, para ocorrer de fato, requer tempo e suporte. Necessitamos desenhar e implementar processos formativos de mais longo termo, que tornem possível uma melhor apropriação das competências necessárias para o trabalho. Em síntese, precisamos cuidar melhor dos nossos professores, conceber novas formas de apoio para que possam fazer a diferença, e exercer o seu melhor.

Joe Garcia,
doutor em Educação pela PUC-SP, pesquisador e conferencista no campo educacional, autor de diversos estudos com foco em indisciplina escolar, interdisciplinaridade e práticas pedagógicas inovadoras.
Endereço eletrônico: joe@sul.com.br

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